No Acre, jovem morre após sofrer bullying por vídeo de influenciador: caso levanta debate sobre saúde mental e os riscos da exposição nas redes sociais 2b1c57

Uma tragédia abalou a cidade de Assis Brasil, no interior do Acre, nesta semana. Uma adolescente, menor de idade, foi encontrada morta em circunstâncias que indicam um possível suicídio. A jovem teria sido alvo de ataques e piadas após aparecer em um vídeo de conteúdo humorístico gravado pelo influenciador Jonas Machado em parceria com um site local. 2b6g2

No vídeo, que circulou amplamente nas redes sociais antes de ser apagado do perfil do influenciador, Jonas comenta de forma crítica e jocosa o visual da jovem, especificamente sobre a pintura de seu cabelo. A exposição levou a menina a ser alvo de comentários maldosos e bullying na escola e nas ruas da cidade. Amigos próximos relataram que ela já enfrentava dificuldades emocionais e que havia tentado tirar a própria vida em outras ocasiões.

A morte da adolescente levanta um alerta urgente sobre os riscos da exposição pública de pessoas em conteúdos de humor ou entretenimento que envolvam críticas à aparência, comportamento ou estilo. Embora o caso envolva uma menor de idade, é importante reforçar que os danos causados por esse tipo de exposição não afetam apenas crianças e adolescentes — muitos adultos também sofrem consequências sérias após serem alvos de vídeos virais, chacotas e julgamentos públicos. A saúde mental não tem idade, e a violência psicológica, ainda que disfarçada de “brincadeira”, pode atingir qualquer pessoa, em qualquer fase da vida.

Casos semelhantes têm se repetido com frequência. Pessoas comuns expostas em vídeos de “pegadinhas”, entrevistas de rua ou postagens maldosas muitas vezes se veem mergulhadas em crises emocionais após se tornarem alvo de comentários cruéis na internet. Em 2017, o caso da adolescente Júlia Rebeca, no Piauí, ganhou repercussão nacional após ela tirar a própria vida devido à disseminação de um vídeo íntimo. Mais recentemente, adultos que viralizaram em vídeos com edições mal-intencionadas também relataram depressão e necessidade de tratamento psicológico.

A saúde mental precisa ser tratada como prioridade em nossa sociedade. O acompanhamento psicológico, o apoio da família e da comunidade escolar ou profissional são essenciais para prevenir tragédias. Também é dever dos criadores de conteúdo, veículos de comunicação e plataformas digitais refletirem com responsabilidade sobre os limites do humor e as consequências reais que seus conteúdos podem causar na vida dos outros.

A morte da jovem em Assis Brasil não pode ser ignorada. Que este episódio nos faça refletir sobre a importância do respeito, da empatia e do cuidado — tanto nas redes quanto fora delas. E que seja um lembrete claro: todos, independentemente da idade, merecem ser tratados com dignidade.

Se você está ando por um momento difícil, procure ajuda. O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito, 24 horas por dia, pelo número 188 ou pelo site www.cvv.org.br. Você não está sozinho.